Ponte da Barca quer estudo ambiental do Alto Lindoso

Devido ao baixo nível de água na barragem

Ponte da Barca | O presidente da Câmara de Ponte da Barca, Augusto Marinho, exigiu a reavaliação dos limites de armazenamento de água estabelecidos no contrato de concessão do Alto Lindoso e um estudo de impacto ambiental face ao “histórico” baixo nível daquela barragem.

Segundo o autarca têm existido contactos permanentes quer com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), quer com a EDP. A situação é preocupante, tanto na albufeira da barragem hidroelétrica do Alto Lindoso, como na de Touvedo.

Augusto Marinho acrescentou ainda, “A barragem do Alto Lindoso tem uma cota de 340 metros de água, registando no passado dia 2 de fevereiro uma capacidade de armazenamento de água de 289 metros. Há um diferencial de cota de cerca de 50 metros.

As margens do rio Lima que estavam submersas que agora estão a olho nu. Impõe-se uma avaliação dos limites dos contratos de concessão e a autarquia quer estar envolvida nesse trabalho, quer saber qual o impacto na albufeira de Touvedo, a cota mínima da albufeira de Touvedo é de 48 metros e, no passado dia 2 de fevereiro, estava com 47,5 metros”.

“A Barragem de Touvedo, é uma barragem de contenção, que serve para regular o nível do caudal do rio”

A Barragem de Touvedo, é uma barragem de contenção, que serve para regular o nível do caudal do rio, quando a barragem do Alto Lindoso faz descargas, mas também tem captações de água para consumo humano.

Augusto Marinho assegurou que, atualmente, a qualidade da água está garantida, como comprovam “quer as análises realizadas pela empresa Águas do Norte, quer as efetuadas pela Câmara Municipal. Não há qualquer alteração na qualidade da água. A água é de boa qualidade, mas é preciso assegurar que assim continue”, diz.

A albufeira da barragem hidroelétrica do Alto-Lindoso situa-se no rio Lima, entre as freguesias de Lindoso e Soajo (concelhos de Ponte da Barca e Arcos de Valdevez, respetivamente), dentro do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG). Foi projetada em 1983 e concluída em 1992. Inaugurada em março de 1993 pelo então primeiro-ministro Cavaco Silva, a sua utilidade é a produção de energia elétrica.

Tal como já tinha acontecido em anos anteriores, como em 2021, os valores “anormalmente baixos” de armazenamento de água desde a sua construção voltaram a trazer à luz dia a aldeia de Aceredo, no concelho galego de Lobios (Espanha).

Em 1992, com a construção da barragem pela EDP, aquela aldeia foi submersa pelas águas, fazendo desaparecer cerca de 40 casas, ocupadas na altura por cem habitantes, além de vários hectares de produção agrícola. Com esta descida histórica do nível da água, Aceredo ressurgiu e, nos últimos meses, tornou-se local de visita de portugueses e galegos.

Nas redes sociais são inúmeros os registos fotográficos e vídeos de visitantes ao que resta da antiga aldeia, como é o caso de fonte deitava água. TRAILER: https://www.youtube.com/watch?v=vv6GqpPQv8U