Hipocrisia.

A Deputação de Ourense, tanto baixo a presidência de Baltar pai como na atualidade com Baltar filho, vem-se distinguindo póla sua atividade no eido cultural, assim editando livros como facilitando becas para investigar e muito especialmente pondo em valor aqueles escritores ou intelectuais da nossa cultura, especialmente se som de origem ourensana, dando contido ao termo “ourensanía” acunhado polo atual presidente.

Exemplo de esta atividade poder ser o acolhimento da Biblioteca de Ben-cho-sey, acolher igualmente parte do legado literário e a Biblioteca de Eduardo Blanco Amor, cuia memoria trata com especial afago e agarimo, realizar atos comemorativos e literários, etc.

Não sou pessoa que figure nas listagens de convidados aos atos programados polo ente provincial, mas nos atos culturais geralmente se me convoca, especialmente aqueles que tenhem como protagonista a memoria de Eduardo Blanco Amor, penso que por conta de Luis González Tosar, presidente do PEN Clube de Galiza, conhecedor da relação de intima amizade e quase familiar existente entre o escritor e eu. Sempre que me é possível assisto nomeadamente aos atos dedicados a Eduardo pois considero de justiça que se mantenha viva a memoria de um dos homes mais relevantes de Galiza, ignorado e nenguneado em vida e sem a transcendência que merece sua obra depois de morto; um home democrata, galeguista, autor da uma das melhores novelas em língua castelhana, “La Catedral y el Niño” e duas das melhores em língua galega, “A Esmorga” e “Xente ao lonxe”, estilista e criador de linguagem, narrador, poeta (sua magnífica “Romances Galegos”), dramaturgo, jornalista, sempre a prol da liberdade e dos direitos humanos, defensor da República e de Galiza, protagonista com Castelao, Lois Soto, Suarez Picallo, Luis Seoane, Rodolfo Prada, Rafael Dieste e demais galeguistas no exilio, vulto excepcional na cultura galega e marginado na espanhola, e sobre todo home de coração e bom amigo. Algo que tenho no haver dos Baltar, pai e filho, é a recuperação da memoria e obra de Eduardo e manter vivo seu legado. Sem esquecer o contributo de González Tosar, sempre presente e artífice dos eventos.

No panorama de estes convites recebi, sempre por médio de Glez. Tosar, convite para o ato “Castelao e Roberto Prada, Irmaos” a celebrar o passado dia 7, aniversario do falecimento de Castelao e com motivo do depósito das cinzas de Roberto Prada e sua esposa temporariamente no Pazo provincial, trasladadas há poucos dias desde a Arxentina. No zoo que integrávamos todos os assistentes tratei de tirar uma imagem da Galiza que ali representávamos: maioritariamente pessoas de idade, com militância ou próximos ao PP, carregos oficiais no presente ou no passado; nemgum assinante do Sermos nem pre-assinante do Diario Galego, mas muitos deles vivendo do galego (professores de galego, escritores ou jornalistas, políticos, etc.) e conhecedores do projeto de Diario, algum, como o vice-presidente da própria Deputação rejeitando expressamente e outros sem dar resposta ás minhas propostas. Ao remate canto do Hino, com pouca força (e só a primeira estrofe) porque poucos dos comparecentes conhecíamos a letra, ignorância evidente em algum cargo político e incluso um membro do Congresso espanhol por Galiza que, ou guardavam silencio ou faziam como que cantavam.

Advogado. Ourense - Vigo - Porto