Verão Negro.

Pode ser agosto-setembro um período com mal fario para a luta antifascista? Ou casualmente a repressão franquista teve especial atividade. Na Galiza agosto de há 50 anos foi um mês negro para o nacionalismo e para os lutadores antifascistas e pela liberdade. O 12 de agosto produziu-se o mais combinado ataque policial contra os nacionalistas, especialmente da UPG, que levou aos calabozos policiais e ao cárcere a muitos militantes, mentras outros tiveram que fugir ao monte ou exiliar-se em Portugal. Aniversario de médio século de triste lembranças.

O 12 de agosto de 1975 tivemos que chorar o assassinato, baleado pô-las costas, de Moncho Reboiras, em Ferrol por uma polícia franquista, acobardada ante o que consideravam magnitude do seu serviço essa noite e que a pesar dos 200 ou 300 policias (segundo os jornais da época) congregados ao redor do andar franco descoberto em Ferrol, incapazes de deter a seus ocupantes houve disparos dos mesmos policias e dous deles dispararam pelas costas a Moncho Reboiras que circulava por uma rua; ferido de morte refugiu-se num portal, onde morreu dessangrado, arredor do que a policia montou um circo de disparos, lançamento de bombas de fumo, assalto ao interior utilizando um poste de madeira para atopar no interior o cadáver de Reboiras, montando um circo para justificar uma covarde e penosa intervenção. Reboiras foi declarado vitima da ditadura.

 

“O 12 de agosto de 1975 tivemos que chorar o assassinato, baleado pô-las costas, de Moncho Reboiras, em Ferrol por uma polícia franquista”

No setembro a seguir, mesmo ano 1.975 e dia 27, completaram-se 50 anos do fuzilamento em Hoyo de Manzanares de dois vigueses, membros do FRAP, os antifascistas Xosé Humberto Baena e Xosé Luis Sanchez Bravo, e com eles Ramon Gª Sanz, que enfrentarem a morte negando-se a que se lhes vendaram os olhos. O clamor mundial, incluso do Vaticano, para revogar a pena de morte não amoleceu o pedregoso coração do ditador, que estava seguro de não se topar com eles no mais alá (uns iriam ao Inferno e o outro ao Céu) a onde os seguiu escassos meses mais tarde. Condenados em um de aqueles juízos-farsa, sem provas, com uma declaração obtida baixo tortura, e mantendo sempre Baena sua inocência. Em agosto de 2.025 o Governo declarou ilegal e nulo o juízo.

Também neste mês de setembro, dois anos antes, 1.973, os esbirros do Sanguinário torturaram e envenenaram, tendo-o baixo custodia no Hospital de Reus, a Cipriano Martos, igualmente militante do FRAP. No médio, ano de 1.974, ainda que em março, assassinavam a garrote vil ao militante do MIL, Puig Antich, condena declarada nula em 2,024.

Quinta do Limoeiro, setembro de 2.025.

Advogado. Ourense - Vigo - Porto

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