Novo Ano.

Quando encoitava o estronde de bombas de palanque que anunciavam a chegada do novo ano não pude evitar lembrar que poucos minutos antes, em qualquer jornal televisivo, havia escoitado também o estrondo das bombas, agora com destruição e morte, que o povo judeu deitava sobre o povo palestino, matando mais de 22.000 pessoas inocentes e indefensas, nenos mulheres, idosos, jovens e maiores, incrementando o sofrimento por fame, sede, enfermidades, falta de medicinas, horror e sementando odio nos que ainda conservavam a vida.

Os antigos bárbaros dizimavam as povoações para punir algum ato violento realizado por desconhecidos, agora um Estado que se dize democrático aniquila a todo um povo para castigar a um grupo (que vários consideram terrorista) que cometeu atos realmente rejeitáveis, mas dos só eles são reesposáveis, ainda que tenham sua explicação no próprio comportamento do povo judeu com seu deus Yavhe vingativo e prepotente.

Nada muda ainda que mude o ano; o povo judeu segue sem escuitar as demandas das nações do mundo reunidas na ONU, critica ao Secretario Geral da ONU, ameaça a Espanha e seu presidente por pedir o alto o fogo e cumprir os acordos da ONU e ninguém toma medidas porque frente ao mundo conta com seu aliado e ativo colaborador os USA.

“Nada muda ainda que mude o ano; o povo judeu segue sem escuitar as demandas das nações do mundo”

O povo judeu, de ser alvo e vítima da Alemanha Nazi passou agora a converter-se em simbiose na brutalidade e desumanização daquela Alemanha nazi. Que pensariam hoje todas aquelas pessoas que expuserem vida, família e fazenda por ajudar a milheiros de judeus a fugir dum futuro nos campos concentração e morte (designadamente o diplomático espanhol Ángel Santos Briz, o empresário alemão Oskar Schindler, o médico galego-redondelam Eduardo Martínez Alonso, o padre Marie-Benoit, Hans Calmeyer, etc), se visem como seus protegidos ou herdeiros de seus protegidos se convertem em feras similares aos seus perseguidores? Nunca mais devemos esquecer as atrocidades em Gaza porque nos dão a medida do retrocesso em respeito da vida e dos direitos humanos.

E se nada podemos fazer em Gaza aqui sim nos aguarda uma tarefa importante: cortar o passo a uma direita cada vez mais mesetaria e recuperar o governo do pais para uns interesses nossos e de progresso, votando nas próximas autonómicas por propostas nascidas aqui, sem interferências forâneas nem entrar em liortas partidárias do Estado espanhol.

Quinta do Limoeiro, janeiro do 2024.

Advogado. Ourense - Vigo - Porto