Mudanza.

Durante algum tempo pensava que fronte a muitas travas que apresentavam neste curioso reino, tanto políticas e de convivência como jurídicas, parece que tínhamos o resguardo de Europa e como também aos galegos ainda nos ficava Portugal, esto fundamentalmente no referente ao Eixo Atlântico, obra no que o Governo português e o PS se mostraram sempre com firmeza incluso fronte à postura dubitativa e demorada do governo espanhol, que não iniciou nenhum trabalho necessário para dar inicio a esta importantíssima via, que articularia por ferrocarril desde Lisboa (ou desde o Algarve) até A Corunha-Ferrol, tanto em transporte de viageiros em AV como de mercancias.

O projeto parecia segurado pois para Portugal resultava de imprescindível necessidade comunicar adequadamente Lisboa com o Norte, com cidades tão importante como o próprio Porto e incluso o enlace em território galego. Por isso pareceu uma estupidez que a Presidenta madrilena, num metim com Rueda, fala-se da sua alegria por passear á sombra dos eucaliptos (proibidos em Portugal e plaga na Galiza com a cumplicidade da Xunta) e poder viajar no futuro em alta velocidade de Madrid a Lisboa.

O que parecia segurado de pronto abalou. O empenho do governo português, dirigido polo PS, e os fortes interesses do desenrolo económico do Norte do país parecia outorgar uma determinação irrevogável na obra, iniciada incluso em alguns dos tramos, como Lisboa-Aveiro. Mas o resultado das eleições á Assembleia da República deixa na dúvida o futuro de esta obra, pois na direita portuguesa há opiniões discordantes sobre o maior interesse de eleger o enlace Lisboa-Madrid.

“O resultado das eleições á Assembleia da República deixa na dúvida o futuro Eixo Atlântico”

Foi de surpresa como a extrema-direita do CHEGA podo pegar um chimpo tão extraordinário, e passara a ser 3ª força, que daria a maioria absoluta á AD se houve-se acordo; mas ainda que AD mantivesse sua promessa de não pactuar com a extrema-direita, seriam várias as opiniões, designadamente a do Alcalde de Lisboa, dentro da direita para defender a opção Lisboa-Madrid. Se na contagem de voto excluímos ao CHEGA resulta que a esquerda (PS, BE, PCP e Livre) superam em três deputados á direita (AD), insuficientes em ambos caso para obter uma maioria e que sempre necessitariam do Chega com os seus 48 parlamentários.

Luís Montenegro (AD) que na campanha rejeitou qualquer colaboração com a extrema-direita, vai assumir em minoria a Presidência do Governo, mas o futuro de este governo, com o Chega na oposição e mais toda a esquerda, parece incerto e mentras tanto não parece que ocupe demasiado tempo o tema do Eixo Atlântico. Surpreendente é que em Valença do Minho, a euro cidade da parte portuguesa, o Chega fosse a 2ª força mais votada (29’6%), a decimas da AD, mentras na parte galega da Euro cidade (Tui) a direita (PP) obtive um 50%, 34’21 o BNG e 10’27% o PSOE e Vox só um ridículo 2’8%..

Quinta do Limoeiro, abril do 2.024.

Advogado. Ourense - Vigo - Porto

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