Descaramento e desonestidade.

Em outro artigo falava há uns dias do rejeito que me produzia a desvergonha de políticos que som capazes de defender publica e impudicamente ou manifestar-se a favor de teses contrarias á sua real atividade e pratica política. Podo entender que alguém defenda algo no que crê, ainda que fique errado. Admito, que não entendo nem justifico, que os políticos podam tomar decisões prejudiciais para os cidadãos com a finalidade de justificar. obter ou consolidar fronte ao superior a sua continuidade na sinecura obtida (alá eles com a sua decência). Mas rejeito por completo que tenham a caradura de pôr em valor, de defender, aquilo que precisamente refutam e sobre o que legislam negativamente. Já não é só (que também) o sentimento pessoal de que ainda seguem mijando por um e a dizer que chove. É a burla, o escarnio, o desapreço mais insuportável do trapaceiro vaidoso e irreverente que pode ofender publicamente ao próprio povo do que som governantes em algo que constitui seu signo de identidade, como é o idioma.

Vinha isto a conto de manifestações públicas de dois governantes a prol do idioma que eles na sua pratica de governo refugam e desprezam, mas que aproveitam a oportunidade do Dia das Letras Galegas para para aparecer como adalides do mesmo que condenam. Com o mesmo descaro se manifesta a prensa escrita da Galiza que o dia 17 de maio, como todos os anos e esse único dia ao ano na primeira página utiliza o idioma de este povo. Brindes ao sol pois os 364 dias restantes do ano e no resto das páginas, exceto nas de Cultura, pouco ou nada podemos ler em galego. De todos jeitos menos mal que o fam um dia ao ano. Pois bem, concretamente lendo o Faro de Vigo de esse dia, cheguei a uma página inteira com o Bando do Alcalde de Vigo no Dia das Letras Galegas que dizia cousas como: “… e tantas outras (escritoras) que co poder da sua escrita fam que se expanda o noso ideário colectivo” ou a seguir “reivindicamos o emprego da língua galega em todos os âmbitos da vida social, económica e política”. Este senhor é o mesmo que excluiu o galego das atas do Concelho e do emprego da nossa língua nos Plenos, o que fala em castelhano ou inglês nos seus discursos ou entrevistas, mas ignora por completo o galego que, desde logo, não o fala nem na intimidade, ainda que provavelmente o falasse na sua nenez em Ponteareas. O mesmo que deixa em total abandono orçamentário e de atos a cultura no município produzindo um claro déficit de transmisión da cultura. Pois aí está o bando reivindicando o emprego da língua galega em todos os âmbitos da vida social, econômica e política. Autentica mofa.

Com o cabreio no corpo segui na leitura e vinte páginas mais adiante, , saeme ao passo a tanto repetida imagem do nosso presidente e em letras destacadas “Artigo do presidente da Xunta no Dia das Letras Galegas” e ainda mais destacado, tanto em tamanho como em carga de color negro, o título do artigo: “A língua como irmandade” e numa manchete: “Os galegos fomos agraciados cum “don de línguas” que nos permite ter unha relación singular co mundo”; píca-me a curiosidade de conhezer até que ponto chega o cinismo do presidente e com esforzo penetro no texo e já de inicio bóta-me na cara que “fala e irmandade figuran formando um tanden dando así a entender que a plena recuperación de um idioma que estivera tanto tempo prostrado, dependia do espiritu fraterno” Oh la la,; não quero analisar o resto, só que menciona a Castelao como se o “Sempre em Galiza” fosse seu livro de cabeceira para entressacar ideias, e remata, docemente, com “Um dos principais vencellos que nos permiten estar no mundo formando um nos é a fala”.

Isto dize sem rubor nem pudor o maior lingüicida político post Franco do idioma galego. O que derrogou incluso normas da época de Fraga. Claro que seu desprezo à cidadania que ele governa é patológico, pois na recente campanha eleitoral com todo descaro prometeu seguir no seu apoio institucional a Vigo quando é de todos conhecido sua inimizado com esta cidade e município até negar-lhes o pão e o sal; mas os vigueses aqui sim que respostarom adequadamente nas furnas..

E pergunto, que credibilidade tem um político que se burla do povo afirmando cousas que não pratica? Como é possível que obtenha o reconhezimento, o voto, dos burlados e enganados?

Considero uma infâmia esta atitude e publicamente a denuncio. Comigo não, Sr. Feijoo. Chateie-se com seus votantes.

Advogado. Ourense - Vigo - Porto