Viana do Castelo | Cinco autarcas do Alto-Minho e cerca de mil pessoas em protesto, percorreram Viana do castelo na luta contra a prospeção de lítio na Serra d’Arga. Sob o lema “O Minho Unido Contra as Minas”, os manifestantes percorreram o centro de Viana do Castelo para avisar, “os que pretendem esventrar as serras”, que não querem mais exploração de lítio na região.
O protesto foi organizado por quatro movimentos cívicos minhotos contra a exploração de lítio. A marcha pelo centro da cidade, contou com a presença de cinco presidentes de câmara: Vila Nova de Cerveira, Paredes de Coura, Caminha, Ponte de Lima e Viana do Castelo.
À chegada da concentração, o presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, Luís Nobre, proferiu “Vamos fazer tudo para que o processo não avance… É preciso que se diga que já houve um grande avanço, com a exclusão do despacho da Rede Natura e também da área protegida, mas não estamos satisfeitos. Entendemos que é um ativo do país, mas que encontrarão outros espaços mais equilibrados em que os fatores naturais não estejam tanto em risco como aqui”, afirmou.
Ao longo do percurso foram visionados cartazes e fachas com mensagens “Litoral e interior unidos derrotam as minas sem partidos”; “O Minho Unido Contra as Minas”; “S.O.S. Serra d’Arga”; “Não ao lítio sim à Serra d’Arga”. Animado por ranchos folclóricos, bombos, gigantones típicos das raízes do Alto-Minho contou com artistas populares como Augusto Canário, Cândido Miranda, Zezé Fernandes e Quim Barreiros.
Carlos Seixas, do movimento S.O.S. Serra d’Arga, realçou “O povo do Minho saiu à rua para dizer que é o povo que decide o que fazer com o seu território, para dizer que o respeito pelos cidadãos tem de se estender ao mundo rural e que os habitantes de uma região afetada por uma decisão política nacional devem ser consultados e a sua decisão deve ser vinculativa”.
Miguel Alves, em representação dos cinco municípios da Serra d’Arga, discursou perante os manifestantes e a população em geral. O presidente da Câmara Municipal de Caminha, declarou: “Daqui de Viana sai uma grande mensagem também para as multinacionais de exploração mineira, de lítio: ‘nós somos um povo hospitaleiro, o Minho é de gente hospitaleira, mas aqui no nosso território, aqui na Serra d’Arga não são bem-vindos”.