Cerveira entrega certificados de Português Língua de Acolhimento

A 74 migrantes provenientes de 11 nacionalidades

Vila Nova de Cerveira | 74 migrantes de 11 nacionalidades a residir e trabalhar no concelho de Vila Nova de Cerveira concluíram os níveis A1-A2 de PLA – Português Língua de Acolhimento, no Centro de Cultura de Campos. A cerimónia de entrega dos certificados decorreu, este sábado, no Centro de Apoio às Empresas, com a presença da Vereadora com o pelouro da Educação da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira, Sónia Guerreiro.

Consciente do crescimento significativo da população de nacionalidade estrangeira residente no município, o executivo municipal de Vila Nova de Cerveira, liderado por Rui Teixeira, reforçou o protocolo estabelecido entre a Câmara Municipal e o Centro Qualifica do Agrupamento de Escolas Muralhas do Minho, acrescentando a Junta da União de Freguesias de Campos e Vila Meã à parceria existente, dada a maior proximidade e conhecimento com as necessidades prementes.

O trabalho em rede permitiu uma maior cativação de migrantes a frequentar as aulas PLA aumentando o número de turmas, de três passou para quatro. Lecionadas por quatro professores do Agrupamento Muralhas do Minho, as aula decorreram de segunda a sexta-feira, no período da manhã, uma vez que a maioria dos migrantes trabalha no período da tarde ou noturno na Zona Industrial de Cerveira. Os bons resultados surgem agora com a certificação de 74 migrantes (nível A1-A2), permitindo-lhes a revalidação do título de residência. Trata-se de jovens entre os 20 e 50 anos, maioritariamente do sexo masculino, de 11 nacionalidades (India, Paquistão, Bangladesh, França, Reino Unido, Colômbia, Nigéria, Nepal, Venezuela, Argentina e outros). Uma minoria destes migrantes decide prosseguir a certificação para o nível B1-B2.

Durante a sessão de entrega dos certificados, a coordenadora do Centro Qualifica do Agrupamento de Escolas Muralhas do Minho, Eugénia Sobreiro, realçou que “se outrora era necessário pedir autorização para colocar as turmas a funcionar por número insuficiente de formandos, agora pede-se autorização para o elevado número de formandos e turmas. Como Centro Qualifica assume-se um papel de ajudar estas pessoas a conhecer melhor a nossa cultura, hábitos e costumes e leis que nos regem. Incluir em vez de excluir”.

A Vereadora com o pelouro da educação felicitou todos os envolvidos nesta ação de capacitação, “desde a disponibilidade e a persistência dos professores, e respetiva equipa complementar, mas sobretudo os alunos migrantes por esta conquista que os ajudará a uma melhor integração, através da aprendizagem da língua portuguesa, o que contribuirá para minimizar a existência de barreiras quer no local de trabalho quer no dia a dia como uma ida ao centro de saúde ou a um supermercado”. Sónia Guerreiro lembrou que “as autarquias locais têm responsabilidade e competências para responder aos impactos dos movimentos migratórios nos próprios territórios, através de uma maior capacidade de mobilização de meios e recursos”.

Além das aulas de PLA, o Centro de cultura de Campos, com o apoio do Município de Vila Nova de Cerveira e a orientação do Centro Qualifica do Agrupamento Muralhas do Minho dinamizaram sessões com a GNR e a ACT, por forma ajudar a perceber melhor as leis do nosso país no que concerne às leis do trabalho e ao Código da Estrada; assim como, através do Projeto Ler+Qualifica, os formadores deram a conhecer e levaram a cabo atividades de promoção da leitura, da escrita e da oralidade em português e nas línguas de origem dos formandos.

De relembrar que a Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira levou a cabo um diagnóstico da população imigrante residente no concelho, cujos resultados foram apresentados, a 16 de novembro de 2022, no Fórum Cultural de Cerveira, assinalando o Dia Internacional da Tolerância.

De acordo com os resultados provisórios dos Censos 2021, na comparação entre a população residente em 2011 e 2021, foi possível verificar que os residentes estrangeiros subiram de 278 em 2011 para 607 em 2021, correspondendo a uma variação de, aproximadamente, 120%, sendo na sua maioria oriundos de países não pertencentes ao espaço territorial da União Europeia. Esta população está a residir, maioritariamente, na União das Freguesias de Campos e Vila Meã, o que se explica pela sua oferta de trabalho na área industrial, e na União das Freguesias de Vila Nova de Cerveira e Lovelhe.