Os que fomos educados naquele abafante nacional-catolicismo da ditadura franquista, ainda que posteriormente saltássemos os muros de Jerusalém para voar num laicismo ou ateísmo, sempre temos algo de curiosidade polas variações da folha de ruta do Vaticano e da sua postura com os movimentos ultras que crescem a seu abeiro, porque, em definitiva, incidem ou são reflexo da mesma sociedade.
O das religiões e bem curioso; circunscritos ao Cristianismo, topamos a um povo judeu que em nome do seu Deus Jeová comete o mais horroroso genocídio sobre o povo palestino, o Patriarca de Igreja Ortodoxa russa justifica e abençoa a brutal invasão russa de Ucrania, a catoliquíssima direita espanhola desprecia ao povo palestino aos imigrantes e ao coletivo LGTBI e o governo comercia mercancias bélicas com Israel, tampouco a católica Europa toma medidas para que o povo judeu deixe exterminar palestinos. Destapa-se uma sociedade egoísta, beligerante com o diferente, imisericorde com os desfavorecidos, que hipocritamente se define como cristã.
“O das religiões e bem curioso (…) Destapa-se uma sociedade egoísta, beligerante com o diferente, imisericorde com os desfavorecidos”
E de súpeto chega ao Vaticano um home cercano que acredita em Deus, que acredita na doutrina Cristiana de amar ao diferente, de amar aos nenos, de amar ao próximo, de respeitar opiniões, de salvar vidas e que reforma uma Igreja católica em luta com a caverna dos intransigentes, dos integristas, dos acomodados, que criticam a decisão de isse home que se acerca aos homens, especialmente aos mais necessitados, e que se achega a limites impensáveis de igualdade e de humanização da Igreja católica. Penso que o Papa Francisco chegou onde prudentemente podia chegar, sem colisionar gravemente com os sectores mais irredutíveis, depois de extirpar pederastas, congregações integristas, limpar, como dizem que fiz Jesucristo, de escribas e especuladores a Igreja. Não sei, nesses tempos lentos que marca a Igreja, até onde chegaria ou como executaria o predicado se a vida houvera sido mais generosa com ele.
Agora que já elegerem sucessor penso que nos importa, crentes ou não, qual será o caminho polo que optará, o da continuidade no achegamento ao povo, aos necessitados, aos diferentes, ás mulheres ou se retrocederá aos tempos anteriores da intransigência e da hipocrisia, se realmente também acreditará na existência de um Deus misericordioso, pacífico e cercano a seus fregueses e aos mais desfavorecidos, em definitva, á mensagem Cristiana, ou abrazará de novo aos poderosos e ricos.
De momento um dado positivo é que no genocídio de Gaza já se declarou defensor dos gazaties e danos confiança de que sua autoridade moral anime o sentimento humano, fronte ao horror ante a extinção de um povo por parte de Israel, de este velho e Cristiano continente chamado Europa que em grande parte se sente indiferente ou justifica a destruição humana e física de velhos, mulheres e nenos indefensos e inocentes, bombardeados e condenados, os que ainda ficam, a morrer de fome e sede. Reconforta também e proporciona confiança suas primeiras manifestações em contra das guerras, do armamento, a favor da liberação dos jornalistas presos e da liberdade de informação. Confiemos em que o Papa mantenha sua autoridade moral e transcenda a uma sociedade que perde maioritariamente seus valores.